Com a descoberta da têmpera de vidro em 1925, uma série de inovações surgiram nos mercados: automobilísticos, construção civil e decoração. Esta nova técnica trazia porém uma série de defeitos,
como marcas de pinças, ondulações em vidros de menor espessura e manchas (malhas) provocadas pelo processo, que era de forma vertical.
PROCESSO DE PRODUÇÃO
AQUECIMENTO
VERTICAL – O vidro é preso pelos dois lados a um carrinho em trilhos. Em grandes parte dos casos, somente poucas peças se movimentam de maneira vertical continuamente, tais peças são destinadas ao mercado automobilístico ou eletrodoméstico em indústrias de alta produção. As demais apresentam pequenas deformações.
HORIZONTAL – Com um deslocamento permanente entre as duas fontes de radiação infravermelha, sobre rolos de cerâmica, permite, através da potência da instalação, uma maior rapidez de aquecimento, promovendo assim, maior homogeneidade na chapa do vidro, critério necessário para se obter uma boa qualidade na têmpera.
RESFRIAMENTO
A queda brusca de temperatura máxima possível, no mínimo espaço de tempo, resultará o tamanho da fragmentação.
VERTICAL – As variações de tamanho nos fragmentos são provocados pelas heterogeneidades de temperatura. Esta fragmentação em caso de quebra, mostra-se visivelmente irregular. A distância entre a área de aquecimento e a de sopragem no forno vertical é grande. Isto provoca durante sua transferência entre tais partes, uma perda de calorias, baixando o patamar de início de queda de temperatura, por consequência, influi na qualidade de fragmentação. O transporte deve ser feito de maneira leve, evitando possíveis dobras no vidro, iniciando e finalizando movimentos de maneira regressiva, perdendo tempo e calorias antes da sopragem da têmpera.
HORIZONTAL – A alta velocidade que o vidro sai, passando em contínuo entre as duas linhas de lábios e bicos, zera a distância entre as duas fases de aquecimento e têmpera, evitando a perda de calorias antes da sopragem, o que provoca uma queda rápida de temperatura, beneficiando a qualidade e homogeneidade da fragmentação. Essa fase importante, que vai de 576˚ até 400˚, dentro do vidro, cria um “DNA” do vidro temperado, gravando tensões definitivas que lhe conferirão resistência ao choque, planeidade ou deformação, alongamento uniforme ou variável, empenamento ou não, desalinhamento lateral ou não. Esses defeitos permanentes na têmpera vertical, ficam abolidos do processo horizontal. Em um forno horizontal, um vidro é perfeitamente igual ao outro, isso se dá devido a perfeição e repetição dos dados técnicos. O resfriamento como segundo estágio, tem como objetivo, descer a temperatura do vidro da faixa de 400˚ até 50˚, o que permitirá o manuseio na linha de produção. Nesta fase de queda de temperatura, ocorre as chamadas “ tensões temporárias “ , que deverão desaparecer assim que a temperatura do vidro se igualar a temperatura ambiente. Pode neste estágio ocorrer alterações e até desaparecer pequenos empenos, entretanto, o que influirá mais será a fragmentação pelo desaparecimento ou não dessas tensões temporárias. O segundo estágio do resfriamento acontece neste momento com grande estabilidade, uma vez que o primeiro estágio foi perfeito, evoluindo de bom para melhor.
TRANSPORTE
É o transporte que diferencia os dois processos.
VERTICAL – O transporte vertical recebe as vibrações das estruturas e os impactos das irregularidades do caminho, uma vez que o carrinho desliza sobre trilhos; isso influi na amarração do vidro que fica agarrado as pinças, estas por sua vez mordem a cada impacto, e suas pontas penetram o vidro a frio, provocando possíveis esmagamentos, em estado quente, a penetração é mais profunda provocando uma deformação visual mais intensa. Com seu amolecimento a 576˚, devido a seu peso, pode o vidro alongar, e as pinças provocarem deformações visuais mais fortes. Caso o vidro não seja amarrado de prumo, ou tenha variações térmicas nas resistências das paredes, o crescimento do vidro tende a ser desigual e crescer mais de um lado que do outro, contando também, com possíveis empenamentos em ambos os sentidos.
HORIZONTAL – No transporte horizontal, os movimentos permanentes entre as fontes de calor e de frio respectivamente, homogeneiza as subidas e descidas de temperatura em cada ponto da chapa. Não ocorre crescimento do vidro como acontece no vertical pois, há isenção dos efeitos da gravidade. Os critérios de limitação que imperavam no processo vertical, ficam abolidos no horizontal, graças ao sistema de transporte sobre rolos de cerâmica.
QUALIDADE
A relação do tamanho do vidro com a espessura ficou abolida na têmpera horizontal. Pode se temperar grandes vidros finos, tecnicamente, observando apenas as obrigações das normas da ABNT (associação brasileira de normas técnicas). O tamanho do vidro temperado cresceu, e este depende do tamanho do forno escolhido, chegando no mercado mundial até 3,21 x 2,40 e 6,00 x 3,21. Recortes e lapidações de formas complicadas, limitando ou impossível nos fornos verticais, ficam livres nos fornos horizontais, dando mais liberdade aos projetos dos arquitetos, engenheiros, decoradores e projetistas, garantindo a integridade das peças,resultando na idéia materializada. Ressalta-se ainda a melhoria e segurança proporcionada aos profissionais da linha de produção.